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Tricolor desde vidas passadas... mas com a lembrança mais remota de torcedor em 1983, no gol do Assis aos 45 do segundo tempo. Um começo e tanto! Interesses diversificados sobre artes em geral (literatura, cinema, teatro, música, quadrinhos, animação, artes plásticas).

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Gol do Assis ilustrado

Reprodução do gol de Assis, aos 45 minutos do segundo tempo, que despertou definitivamente minha paixão pelo futebol.  Trabalho de 2009.

Em 1983, eu estava começando a frequentar o Maracanã e começando a me inteirar sobre o mundo do futebol e o campeonato carioca de 83 seria a minha primeira experiência como torcedor. O time da moda era o Flamengo, que acabara de se sagrar tri-brasileiro, tinha um time repleto de estrelas, dentre as quais algumas encantaram o mundo na Copa da Espanha, no ano anterior. Tirando o Zico, que tinha sido transferido para o Undinese, da Itália, estavam todos lá, fazendo deles, o maior candidato ao título carioca, seguidos de perto pelo Vasco, de Dinamite. O Fluminense contava com um time reformulado, muitas contratações pouco ou nada conhecidas como Branco, Tato, Leomir (hj assistente do Abel), Washington e Assis, foram mescladas com jogadores da divisão de base, como Ricardo Gomes, e outros que já estavam no time principal das Laranjeiras, como Delei, Duílio e goleiro Paulo Victor.Esse time se tornaria mais conhecido e respeitado a partir daquele título, que depois seria seguido por mais dois cariocas e um brasileirão, em 84.
Mas o título teve seus percalços. Vencida a primeira etapa, a Taça Guanabara, o técnico Cláudio Garcia assinara com o rival rubro-negro durante as comemorações. Garcia ganharia tb a Taça Rio e por uma dessas ironias dos deuses do futebol, perderia o título principal. O triangular final seria disputado por Fluminense (vencedor do 1º turno, a Taça Guanabara), Flamengo (vencedor da Taça Rio, que valia pelo 2º turno) e Bangu (primeiro colocado no total de pontos ganhos nos dois turnos).  Na primeira partida, Fluminense arrancara um empate num jogo que começara perdendo do Bangu. Na segunda partida, o Fla-Flu. Meu primeiro Fla-Flu decisivo.  Na chegada do Estádio, minha memória infantil não deixa esquecer a voz de outro garoto que, de passagem, na rua, comentou em alto e bom som: "não precisa nem jogar, o Flamengo já ganhou". Mal sabia eu, que esse "já ganhou" ficaria gravado na minha cabeça pra sempre.Com o 0x0 persistindo até os minutos finais, numa época que não havia os famosos descontos usuais de 2, 3 minutos que os árbitros costumam acrescentar aos 45 regulamentares, o Fluminense ia sepultando qualquer possibilidade de título. A decisão ficaria entre Flamengo e Bangu, jogo final. Pois se houvesse um terceiro empate, o regulamento previa que o título ficaria com o vencedor do total de pontos ganhos: o Bangu.
Aos 44, a massa rubro-negra já cantava a nossa eliminação, e se empolgava com um ataque fulminante de seu time, que seria interceptado por nossa defesa. E, numa ligação rápida,  Delei, percebera Assis em posição legal na frente e sem marcação. O futuro "carrasco", de repente se via sozinho, correndo em direção à meta de Raul. Chegando na área, Raul protegeu um canto e Assis, calmamente troou de perna e tocou no outro canto, calando a metade rubro-negra dos 83 mil pagantes daquele abençoado domingo de dezembro de 1983. Com a vitória rubro-negra sobre o Bangu, dias depois, o Fluminense garantia o primeiro título que eu pude acompanhar na vida, para não me esquecer nunca mais. Acima, minha homenagem a esta primeira emoção de conquista como torcedor.  
       
       

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